quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Algo estava errado

Tudo começou em 1995, já com meus 17 anos, em uma aula de biologia feita em laboratório. Estudávamos os grupos sanguíneos (Sistema ABO) e descobri que eu era do tipo B com Rh negativo. Até então ainda não tinha esse conhecimento, mas sabia que meus pais eram do tipo O. Ou seja, eu não poderia ser filha deles! Na ocasião ainda me levantei e fui perguntar a professora que me respondeu que não tinha como ser!!
Levei a "novidade" aos meus pais, que surpresos, não souberam me responder e ficaram apreensivos. Fizemos os três o exame de tipagem sanguínea em laboratório e nada mudou: pais O filha B. Por alguns dias vivemos um pesadelo, onde minha mãe chorava e não queria pensar no que poderia ter acontecido. A primeira coisa que me disseram é que não fui adotada. E que para termos certeza de uma possível troca teríamos que fazer um exame de DNA, que na época era caríssimo e fora de nossas possibilidades. No entanto, passando o momento de susto, o silêncio prevalecia entre nós com relação a esse assunto. Minha mãe não aceitava, não queria nem pensar na possibilidade de troca, pois pra ela eu era sua filha e ponto. Os anos se passaram e eu sempre que ia a Campos dos Goytacazes visitar os parentes, tinha comigo a vontade de saber sobre minha origem. Mas não sabia nem por onde começar, já que morávamos desde 1983 em Campo Grande, MS. 
Os anos se passaram, me casei, tive meu primeiro filho, meus pais se separaram (um dos motivos foi a desconfiança do meu pai em relação a fidelidade da minha mãe) e então, em 1998, numa reunião familiar meu pai tocou no assunto, gerando uma discussão, o que me motivou a tomar coragem de fazer o exame e esclarecer a minha, ou melhor, a nossa história. 

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