quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Aniversário!

E hoje é o dia dele - meu pai Cláudio - 64 anos!  Essa foto é de Julho do ano passado. Apesar da distância e de nos vermos poucas vezes, sempre me lembro do seu jeito tímido e carinhoso de se aproximar de mim e dos netos, querendo saber um pouco sobre nós. Gosta de conversar sobre futebol e filmes com o Ian. Nosso Feliz Aniversário e um grande beijo!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Após a Certeza

Com o resultado em mãos, tomar o próximo passo não foi nada fácil. Difícil saber por onde começar, como procurar e quem procurar... Mas uma coisa eu sabia, queria ir até o fim e encontrar meus laços sanguíneos. Isso gerou uma certa insegurança em meus pais (Eliza e Holmes). Acho que rolou um ciúmes e também o medo da perda. Mas não tinha como saber da história pela metade. Claro que eu também tive medos, afinal eu não sabia nada da outra família: onde viviam, se os encontraria, o sexo da criança trocada comigo, pois na época minha mãe não fez ultrassom para saber o sexo do bebê... Enfim, tantas eram as possibilidades, que eu nem queria pensar muito. Só queria achar um meio de encontrá-los. E conversando com pessoas amigas, advogados, psicólogas, cada pessoa dava uma ideia, e minha ansiedade aumentava. Contratar um detetive? Pedir judicialmente os prontuários dos nascimentos no hospital? E o tempo estava passando. 
Então tivemos a ideia de expor na mídia. Uma forma rápida, de longo alcance e sem custo. Com a ajuda de uma amiga que trabalha na TV fizemos uma matéria contando minha história e pedindo para que entrassem em contato pessoas que nasceram no mesmo dia e local. Primeiramente a reportagem passou no Jornal local. E conforme esperado, não tive nenhum retorno. Afinal era outro Estado. 
No final do mês de setembro de 2008 passou no Jornal com alcance Nacional. E ainda assim, ninguém entrou em contato. Que frustrante!! Mas passados uns dias os repórteres começaram a ligar e pedir para viajarmos para a cidade de origem, pois nos acompanhariam na busca.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Janeiro de 2012


Eu e meus pais biológicos (Ana Maria e Cláudio) - na terceira vez que fui visitá-los em Campos.

Outra Troca

http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2015/05/22/interna_gerais,650413/maternidade-tera-que-indenizar-casal-em-r-140-mil-por-troca-de-bebes.shtml

Maternidade terá que indenizar casal em R$ 140 mil por troca de bebês após 24 anos

Exame de DNA feito para tirar dúvida sobre paternidade da jovem e mostrou que mulher também não era a mãe. Hospital não tem mais documentos da época do nascimento e casal não terá a chance de conhecer a filha biológica.


Absurdo o hospital dizer que não trocou ninguém. Se isentar da culpa e da responsabilidade. Documentos sempre pegam fogo ou são perdidos em enchentes em casos como este. Incrível!!!
Mas sou a favor deles procurarem a filha biológica pelos dados do nascimento como data e local. Outras famílias também podem ter dúvidas.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

O Resultado

O exame ficaria pronto em 01 semana, mas como teve o Carnaval no meio, esse prazo se estendeu por mais alguns dias. E antes de buscarmos o tão esperado resultado, ligaram para minha mãe solicitando que fôssemos repetir o exame. Ela questionou o motivo e disseram que o resultado estava estranho, e ela já imaginou e disse que já esperávamos. Um choque! Não conseguirei expor em palavras esse sentimento que nem sei que nome dar. Mas estávamos unidos para tudo que viria pela frente. 
Então no dia 01 de fevereiro de 2008 fomos eu e minha mãe pegar o laudo, diretamente das mãos do Diretor do Laboratório que quis saber mais sobre essa história e disse que nunca havia presenciado algo assim (o comum é fazerem teste de paternidade e com crianças), eu já tinha meus 30 anos. 
O resultado de 100% DE CERTEZA que eles não eram meus pais biológicos, não era um resultado corriqueiro. 

DNA

No dia 22 de janeiro de 2008, conforme marcamos, fomos ao laboratório para realizar o exame de Investigação de Paternidade e Maternidade e colhemos os materiais biológicos para obter os respectivos padrões genéticos a fim de determinar a inclusão ou exclusão da paternidade atribuída ao suposto Pai e a análise do vínculo genético da Mãe. Meus pais não se falavam há algum tempo e lá estávamos todos juntos para saber uma coisa que iria mudar a vida de todos. Um misto de nervoso, ansiedade e preocupação, pois seria o fim de uma dúvida e o começo de uma nova história.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Algo estava errado

Tudo começou em 1995, já com meus 17 anos, em uma aula de biologia feita em laboratório. Estudávamos os grupos sanguíneos (Sistema ABO) e descobri que eu era do tipo B com Rh negativo. Até então ainda não tinha esse conhecimento, mas sabia que meus pais eram do tipo O. Ou seja, eu não poderia ser filha deles! Na ocasião ainda me levantei e fui perguntar a professora que me respondeu que não tinha como ser!!
Levei a "novidade" aos meus pais, que surpresos, não souberam me responder e ficaram apreensivos. Fizemos os três o exame de tipagem sanguínea em laboratório e nada mudou: pais O filha B. Por alguns dias vivemos um pesadelo, onde minha mãe chorava e não queria pensar no que poderia ter acontecido. A primeira coisa que me disseram é que não fui adotada. E que para termos certeza de uma possível troca teríamos que fazer um exame de DNA, que na época era caríssimo e fora de nossas possibilidades. No entanto, passando o momento de susto, o silêncio prevalecia entre nós com relação a esse assunto. Minha mãe não aceitava, não queria nem pensar na possibilidade de troca, pois pra ela eu era sua filha e ponto. Os anos se passaram e eu sempre que ia a Campos dos Goytacazes visitar os parentes, tinha comigo a vontade de saber sobre minha origem. Mas não sabia nem por onde começar, já que morávamos desde 1983 em Campo Grande, MS. 
Os anos se passaram, me casei, tive meu primeiro filho, meus pais se separaram (um dos motivos foi a desconfiança do meu pai em relação a fidelidade da minha mãe) e então, em 1998, numa reunião familiar meu pai tocou no assunto, gerando uma discussão, o que me motivou a tomar coragem de fazer o exame e esclarecer a minha, ou melhor, a nossa história.